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"O critico é como um eunuco num harém: ele vê tudo, entende de tudo, sabe de tudo mas não faz nada." (ignorado)
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Mas é justamente essa a função do crítico: com seus comentários, despertar a ação, estimular a reação, induzir a reflexão.
O crítico não é um operador, mas um revisor. E é este o domínio que interessa ao indivíduo, quer seja ou não estudioso ou filósofo, que opte por uma postura crítica. No que diz respeito à filosofia kantiana, a atitude crítica[1] implica em posicionamento radical em vista a pergunta “pelas condições a partir das quais nossas representações passam a fazer sentido”.[2]
Por definição, não cabe, portanto, ao crítico, a postura de um "redentor" ou "salvador". Não pertence a ele, enquanto crítico, a iniciativa de ações ou mesmo a liderança de atitudes ou posicionamentos. É a análise criteriosa e o aponte das características mais relevantes[3] do objeto em questão que singulariza a crítica que, conforme Ferreira, é a "arte ou faculdade de examinar e/ou julgar obras do espírito, em particular as de caráter literário e artístico (...), sob forma de análise, comentário ou apreciação teórica e/ou estética".[4]
Contudo, defendo que a crítica não deve limitar-se as produções estéticas humanas porém, mais do que à generalidade do agir, aplicar-se à própria "percepção" de "mundo" organizada a partir da "leitura" racional.
Esse será o significado de crítica, e termos correlatos, nesse espaço de discussões.
[1] O filósofo “crítico” quer dizer aquele pensador que emprega a atitude crítica. A palavra “crítica”, aqui, não quer dizer ataque e sim análise crítica. Kant não se põe a atacar a razão, a não ser para mostrar as suas limitações. Antes pretende, Kant, evidenciar as suas possibilidades, colocando-a acima do confuso conhecimento que vem pelos canais dos sentidos. É, em suma, a capacidade de formar, criar ou aperfeiçoar conhecimento, em virtude da natureza e da estrutura da própria razão, que pretende Kant analisar.
[2] MÜLLER, Marcos José, Reflexão Estética e Intencionalidade Operante, 2001. Campinas, Manuscrito XXIV (2), p. 126.
[3] Tanto em suas pertinências positivas como negativas em vista de um critério válido e aceito.
[4] FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda, Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Editora Nova Fronteira
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