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Segundo o site Centro de Mídia Independente[1], Stiviandra Oliveira, Miss Angola, foi "vetada" pelo poder político angolano e não pode seguir para os EUA em Julho de 2006 para eleição de “Miss Universo”. A razão do poder político angolano para o "veto" é de que a Stiviandra seria demasiado clara para poder representar a mulher angolana. Segundo o jornal AngoNotícias o motivo é a idade (18 anos). Sendo ou não verídica a desculpa apresentada pelo Sr. José Carlos, vice-presidente do Comitê Miss Angola, as manifestações, tanto dentro como fora de Angola incentivam à reflexão. Há de se entender, em primeiro lugar, que raças humanas não existem. Este é um conceito obsoleto. O que hoje é cientificamente aceito é que existe apenas uma raça e trabalha-se com conceito de etnias. Quando se fala em representar um país, seja em atividades esportivas, acadêmicas, culturais ou tecnológicas, geralmente a etnia é um detalhe irrelevante. Agora, quando a questão é estética, ela assume uma outra dimensão, e infelizmente, se confunde "alho com bugalho". Concordo com o posicionamento que defende a idéia de que se uma pessoa nasce em um certo país, então, pertence as etnias que compõem esse local, quer seja a sua dominante ou não. É uma hipocrisia concordar que em países cuja a maioria é oriunda de outras paragens seus representantes não possam ser pessoas que pertençam a essa maioria. Se assim fosse, no Brasil, deveríamos ser representados, apenas, por pessoas das diversas etnias indígenas ao invés de loiras teutônicas. Contudo, defendo que tanto umas como as outras têm o direito de nos representar pois, gostando ou não, somos uma nação de pluralidade étnica. Tanto as etnias majoritárias como as minoritárias, quer nativas ou de imigrantes, acabam por constituir o que se entenderia por uma nação, cujos membros, estabelecidos em um território, acabam por estabelecer laços históricos, culturais, econômicos e lingüísticos, entre outros, confundindo-se este amálgama, em um certo tempo, com o próprio conceito de etnia stricto sensu. Tal percepção parece começar a ocorrer em diversos países no mundo.
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Segundo o site Centro de Mídia Independente[1], Stiviandra Oliveira, Miss Angola, foi "vetada" pelo poder político angolano e não pode seguir para os EUA em Julho de 2006 para eleição de “Miss Universo”. A razão do poder político angolano para o "veto" é de que a Stiviandra seria demasiado clara para poder representar a mulher angolana. Segundo o jornal AngoNotícias o motivo é a idade (18 anos). Sendo ou não verídica a desculpa apresentada pelo Sr. José Carlos, vice-presidente do Comitê Miss Angola, as manifestações, tanto dentro como fora de Angola incentivam à reflexão. Há de se entender, em primeiro lugar, que raças humanas não existem. Este é um conceito obsoleto. O que hoje é cientificamente aceito é que existe apenas uma raça e trabalha-se com conceito de etnias. Quando se fala em representar um país, seja em atividades esportivas, acadêmicas, culturais ou tecnológicas, geralmente a etnia é um detalhe irrelevante. Agora, quando a questão é estética, ela assume uma outra dimensão, e infelizmente, se confunde "alho com bugalho". Concordo com o posicionamento que defende a idéia de que se uma pessoa nasce em um certo país, então, pertence as etnias que compõem esse local, quer seja a sua dominante ou não. É uma hipocrisia concordar que em países cuja a maioria é oriunda de outras paragens seus representantes não possam ser pessoas que pertençam a essa maioria. Se assim fosse, no Brasil, deveríamos ser representados, apenas, por pessoas das diversas etnias indígenas ao invés de loiras teutônicas. Contudo, defendo que tanto umas como as outras têm o direito de nos representar pois, gostando ou não, somos uma nação de pluralidade étnica. Tanto as etnias majoritárias como as minoritárias, quer nativas ou de imigrantes, acabam por constituir o que se entenderia por uma nação, cujos membros, estabelecidos em um território, acabam por estabelecer laços históricos, culturais, econômicos e lingüísticos, entre outros, confundindo-se este amálgama, em um certo tempo, com o próprio conceito de etnia stricto sensu. Tal percepção parece começar a ocorrer em diversos países no mundo.
Em 2005, Asli Bayram, estudante de origem turca, representou a Alemanha no famigerado concurso de beleza feminina internacional.

Em 2008, Maria Sten-Knudsen - desagradando muitos entusiastas da alvura nórdica, com seus loiros cabelos e olhos claros - foi eleita Miss Dinamarca. Knudsen, tem “raízes” negras.

Maria Sten-Knudsen
A mesma decepção devem ter tido os fãns da “negritude” quando Megan Coleman, atrelada a estética européia, representou, como Miss, a África do Sul em 2007.

Megan Coleman
Se minorias não têm o direito a representar a terra onde nasceram e vivem, ninguém deverá estranhar se uma sioux, cherokee, yanomami ou guarani for impedida de representar os Estados Unidos, Brasil ou Paraguai ou, ainda, por outro lado, o estranhamento já deveria estar ocorrendo, há muito tempo, por não se verificar serem precisamente estas - as que estariam incubidas, histórica e presentemente, da "missão" de representar tais países - os ícones enviados aos encontros mundiais de estética.
Os exemplos trazidos a este texto apontam para uma aplaudível tendência a aceitação da biodiversidade, da convivência com o “diferente” em situação de “igualdade”, ao menos de representação estética de um país, que é o que se discute aqui. Se essa "lógica" (a da maioria prevalecer), acaba por se negar o direito de existência das minorias (entendendo existência não apenas como vida biológica). Ora, tal negativa incide diretamente na violação de princípios de justiça básicos e reconhecidos pela maioria dos Estados (ditos civilizados) como, por exemplo, o tão difundido princípio de "igualdade" e constitui, sim, a base da ideologia "racista", que nega a diversidade e apregoa, intolerantemente, o predominio de um certo grupo étnico sobre os demais, com justificativas estaparfúdias. Para quem defendeu a "corretude" do poder político angolano e a "naturalidade" que "alicerça" a decisão ou que, ainda, discorde por motivos “naturalistas” que Asli Bayram, Maria Sten-Knudsen e Megan Coleman possam representar Alemanha, Dinamarca e África do Sul, respectivamente, deveria, idem, achar muito "natural" que o poder político da Inglaterra barrasse a participação de Lewis Hamilton no campeonato mundial de F1, pois este não "representaria" a maioria do povo inglês, como, do mesmo modo, Barack Obama não representa, etnicamente, a maioria dos estadunidenses, entretanto lhes é o presidente. Nos casos, analisados as moças estão representando seus paises em um concurso estético que pretende respeitar a biodiversidade. Se essas pessoas não têm o direito de serem consideradas alemãs, dinamarquesas ou angolanas, porque teriam esse direito os descendentes de ingleses e irlandeses de serem chamados de “norte-americanos”? Ou os inúmeros descentes de alemães, italianos, poloneses, africanos, etc de serem denominados “brasileiros”? Eis aqui a questão ética. Pode-se até criticar o que seja beleza ou estética e, ainda, a eticidade dos critérios adotados para que se promova a eqüidade entre características tão distintas em um encontro universal como este. Mas o concurso não é de Miss Negra ou Miss Branca ou Miss Azul. Se fosse, teria sentido em se barrar alguém de cor rosa, verde ou qualquer outra que não fosse a do concurso em questão.
Um comentário:
Na minha opinião, ela fazendo por ser uma pessoa de determido pais,tendo contribuido tanto cultural quanto social, e ela não sendo, digamos, uma "inglesa" ela pode representar esse pais. Acho que isso depende muito mais da postura social dela do que sua cor de pele.
Aqui em Desterro uma professora disse que eu não podia interver em problemas da cidade,
principalmente os culturais como resgate e tals, pelo fato d'eu ter nascido em São Paulo mesmo que eu tenha sido criado aqui.
Pois bem, idiota é eu ficar sendo "paulista" e me precupar em fazer algo para/em são paulo, sendo que a única ligação que eu tenho com a cidade são uns parentes e letrinhas no meu RG.
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